sexta-feira, 6 de janeiro de 2012



Eu me lembro quando estourou a bomba na mídia: Marcelo Camelo e Mallu Magalhães estariam namorando. Acho que na época Mallu tinha uns 16 anos e o Camelo mais de 30. Mallu ainda era a menininha que não sabia dar entrevistas, cantava tchubaruba e tinha fama de retardada. Camelo era o ídolos dos pseudo-cults brasileiros, ou apenas um cara velho e hipponga com uma barba nojenta. Quando saiu a notícia do possível romance entre os dois, eles tinham acabado de lançar uma faixa no cd de Camelo, intitulada "Janta". Falaram que Camelo "jantou" Mallu.

No show, eles se abraçaram. Era apenas um abraço, mas todos julgaram o abraço imoral. Era um abraço estranho, tinha sentimento demais, emoção demais. As pernas do Camelo estavam trêmulas, Mallu estava chorando. Aquele era um abraço pornográfico e a música que cantaram posteriormente era igualmente pornográfica. Fudeu.

De repente, Mallu foi chamada ainda mais de retardada, só que dessa vez, uma retardada puta. Camelo ficou entre o lobo mau comedor da chapeuzinho e o velhinho de praça tarado. Viraram chacota nacional.

Em meio a isso, os dois estavam evoluindo na troca mútua. Mallu já gostava do trabalho de Camelo, Camelo começou a admirar o trabalho de Mallu. Um atiçava a criatividade do outro, e quem consegue inspirar criatividade em alguém, tem força suficiente para se fazer eterno.  Eles realmente se gostavam, apesar da imagem ser meio torta, meio improvável. Mas foi dentro da estranheza que se tornaram um casal bonito, e para alguns, o casal mais bonito. E já eterno, graças às músicas.

Claro que ainda existem as piadinhas e o 0,01% da população que continua achando os dois feios demais juntos. A maioria simplesmente esqueceu e deixou pra lá, enquanto uma outra minoria suspira, torcendo para que mais amores tortos dêem certo, pela simples beleza do improvável.  

 
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