segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Faltam quatro páginas de Jacques Revel e umas doze de Roger Chartier. Se conseguirei terminar? Sim, conseguirei. Eu sempre consigo terminhar uma resenha, ou duas, ou três. O Ringo dorme na cama. Hoje entrei em contato com três seres humanos: a Bel, minha mãe e meu namorado, mas hoje sou toda do Ringo, respiro o Ringo, Ringo é minha rinite sentimental.

Tento procurar inspiração para inscrever um texto. Procuro qualquer vestígio de sentimento. Tenho sentimentos, eles afloram, mas não consigo escrevê-los. Acho que ligarei para alguém perto da meia noite.

Eu quero entrar no mestrado, é só o que consigo pensar. Me penalizo a cada hora que não estou estudando. Estou me penalizando agora.

O último filme que vi era sobre uma bailarina que insandecia. Consegui assisti-lo inteiro e sem legenda, pontos para mim. A última vez que escrevi um texto foi sobre a TFP. Há quanto tempo não escrevo algo sem qualquer pretensão social, intelectual ou militante? Hoje cansei de ser militante. Queria só sentir, e talvez descrever sobre as sensações.

Eu sinto fome e tenho preguiça de cozinhar. Quero uma coca-cola. Não, não é sobre esse tipo de sensação que eu deveria escrever. Eu quero romance, mas já tenho, já o vivo, porque escrever sobre ele? Poderia escrever sobre amores inventados, mas estes foram superados e enterrados, bem no fundo do quintal. Eu sinto a necessidade de ser eu mesma, mas quem diabos eu sou? Eu sinto a necessidade de me sentir (não estou falando de masturbação, ô machinho do piupiu duro!). Sabe, de me encontrar e me reconhecer. Não me reconheço. Sou uma prostituta acadêmica que talvez esteja em seu ensaio de morrer para a vida. Talvez...

Vou largar a especialização, aconteça o que acontecer. Vou entrar na UnB nem que seja como aluna especial. Serei devorada por todos os cérebros infinitamente superiores ao meu, para um dia ter um cérebro superior também, e quando eu envelhecer não pintarei os cabelos. Não precisarei de vaidade, não precisarei de dinheiro, não precisarei de nada. Somente de uns livros velhos.
Ó galera, estou morrendo.
 
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